Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp confirmou a circulação do vírus mayaro entre humanos no estado de Roraima (RR). Mais do que isso, apontou uma possível transmissão urbana da doença, que provoca sintomas semelhantes aos da chikungunya, sendo identificada em moradores que não relataram qualquer atividade em áreas de mata.
Das 822 amostras de pacientes em estado febril coletadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima (Lacen), entre 2018 e 2021, foram identificadas a presença do mayaro em 3,4% delas, mas em 60% dos casos, as pessoas testaram negativo para os oito vírus analisados, o que pode ser indício de circulação de novos patógenos.
Tanto a descoberta da circulação do mayaro entre humanos em Roraima, quanto a hipótese de novas ameaças virais jogam luz sobre o mesmo problema: o desequilíbrio ambiental. A combinação entre áreas que sofrem com desmatamento, queimadas e exploração ilegal potencializa a disseminação de vírus ou surgimento de novas ameaças.
O mayaro tem como vetor o mosquito Haemagogus, mas já houve comprovação em laboratório da possibilidade de infecção do Aedes aegypti pelo vírus, o que preocupa os especialistas.